MARÍA PEÑA
da Efe, em Washington
As gigantes do setor automotivo GM (General Motors), Ford e Chrysler pediram ao Congresso dos Estados Unidos uma ajuda de US$ 34 bilhões para sobreviver, em uma ampla reestruturação da indústria automotiva americana em tempos de crise.
As "Três Grandes de Detroit" cumpriram o prazo fixado pelo Partido Democrata no Congresso para que apresentassem seus planos de reestruturação e justificassem como utilizariam a ajuda recebida. O valor é US$ 9 bilhões mais alto do que negociaram os congressistas.
As três empresas reiteraram seu compromisso com uma redução dos salários de seus executivos, o refinanciamento da dívida, concessões do sindicato, a fabricação de carros híbridos e elétricos, e a eliminação de algumas marcas.
O executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, que recebeu um salário de US$ 2 milhões e uma compensação total de US$ 21,7 milhões em 2007, manteve seu compromisso de ganhar US$ 1 por ano caso o empréstimo seja concedido.
O mesmo foi prometido pelo principal executivo da GM, Rick Wagoner, enquanto o chefe da Chrysler, Robert Nardelly, já recebe este salário simbólico. Além disso, GM e Ford continuarão com seus planos de vender sua frota de aviões corporativos.
Fuga da quebra
A presidente da Câmara de Representantes (Deputados), Nancy Pelosi, advertiu que a quebra do setor "não é uma opção", e antecipou que haverá algum tipo de intervenção. "Acredito que haverá uma intervenção. A falência seria ruim para todos, incluindo nossa economia, e por isso não é uma opção", explicou Pelosi.
O dinheiro, disse, teria de sair de novos empréstimos ou do resgate financeiro de US$ 700 bilhões já aprovado para Wall Street, o que encontra a oposição da Casa Branca.
Se o acordo for fechado, o Senado votará o plano de resgate em 8 de dezembro, disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid. Os planos ainda passarão por audiências nesta semana.
Os democratas exigiram a entrega dos planos antes de estudar um possível empréstimo de US$ 25 bilhões.
Planos das montadoras
A Ford foi quem solicitou um empréstimo de até US$ 9 bilhões, que seria usado somente se sua situação piorasse. A fabricante, que registrou perdas anuais desde 2005, espera voltar a ter lucro em 2011.
Seu plano prevê um investimento de US$ 14 bilhões em alta tecnologia nos próximos sete anos, um aumento na fabricação de carros pequenos, de veículos híbridos e dos elétricos que funcionam com bateria.
A GM, que detalhou seu plano em 37 páginas, pediu um empréstimo de US$ 12 bilhões e uma linha de crédito de US$ 6 bilhões para chegar até 2010 e que usaria se as condições do mercado se deteriorassem.
Esse plano prevê para 2012 uma redução de seu quadro de funcionários entre 20 mil e 31 mil trabalhadores, a possível eliminação das marcas Pontiac e Saturn, e o fechamento de cerca de 1.750 concessionárias e de nove fábricas.
A Chrysler solicitou um "empréstimo ponte" de US$ 7 bilhões para responder a sua crise de liquidez e de capital e para continuar com seu plano de reestruturação e viabilidade a longo prazo.
A empresa quer que o empréstimo seja concedido no mais tardar em 31 de dezembro, e afirmou que a ajuda federal servirá de "garantia" para seus fornecedores, clientes e funcionários.
Os executivos das três empresas, que optaram desta vez por viajar de carro a Washington, depois de no mês passado terem ido em aviões particulares, advertiram novamente sobre a situação enfrentada pelo setor, agravada pela crise financeira global.
As vendas de automóveis sofreram uma queda de 37% em novembro, a sua taxa anual mais baixa em 26 anos, devido à recessão e ao congelamento de crédito.
O Sindicato de Trabalhadores do Setor Automotivo respalda as gestões das empresas, ao insistir em que, sem a ajuda do Congresso, a GM poderia decretar falência antes do Natal.
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retirado da folha Online
Folha
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Montadoras americanas pedem US$ 34 bi para sobreviver
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