ONU suspende operações de ajuda na Faixa de Gaza
Cruz Vermelha acusa Israel de não prestar assistência a civis feridos |
"Nós suspendemos nossas operações em Gaza até que as autoridades israelenses possam garantir a nossa segurança", disse o porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês), Chris Gunness.
"Nossas instalações foram atingidas, nossos funcionários foram mortos, apesar do fato de as autoridades israelenses terem as coordenadas sobre nossas instalações e de todos os nossos movimentos serem coordenados com o Exército israelense", acrescentou.
"É com grande pesar que a UNWRA foi forçada a tomar essa difícil decisão", completou Gunness.
A UNWRA já havia afirmado que uma pessoa foi morta e duas ficaram feridas em um ataque israelense contra uma empilhadeira da agência, perto da passagem de Erez.
O Exército israelense não comentou as mortes, mas disse que o episódio estava sendo investigado.
Em Brasília, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo brasileiro enviará na sexta-feira uma aeronave da Força Aérea Brasileira com 14 toneladas de medicamentos e alimentos para os afetados pelo conflito em Gaza.
De acordo com o Itamaraty, o avião aterrissará em Amã, na Jordânia, no próximo domingo. Em seguida, os donativos serão transportados à Faixa de Gaza, com o apoio da Organização Jordaniana Hachemita de Caridade.
Cruz Vermelha
Também nesta quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que Israel não está cumprindo sua obrigação de ajudar os civis feridos pelos ataques na Faixa de Gaza.
Segundo a organização, seus funcionários presenciaram cenas "chocantes". Em um incidente, uma equipe médica disse ter encontrado pelo menos 12 corpos em uma casa destruída por bombardeios em Zeitun, ao sul da Cidade de Gaza.
Junto aos cadáveres, segundo a Cruz Vermelha, estavam quatro crianças apavoradas, muito fracas para conseguir levantar, sentadas ao lado dos corpo de suas mães.
A Cruz Vermelha afirma que os agentes humanitários foram impedidos de chegar ao local por dias após o bombardeio.
"Esse é um incidente chocante", disse o chefe de operãções da Cruz Vermelha para Israel e territórios palestinos, Pierre Wettach, em um comunicado.
"O Exército de Israel deve ter tomado conhecimento da situação, mas não prestou assitência aos feridos", acrescentou. "E também não permitiu que nós e as equipes do Crescente Vermelho levassemos auxílio aos feridos."
Israel
Um porta-voz do governo israelense, Mak Regev, disse não ter conhecimento do incidente citado pela Cruz Vermelha, mas afirmou que Israel apóia o trabalho da entidade em Gaza.
"Não tenho conhecimento, e peço desculpas, sobre os detalhes desse caso específico", afirmou Regev. "O que eu posso dizer é que Israel tem uma relação muito boa com a Cruz Vermelha."
"Nós abrimos canais de comunicação", acrescentou. "Se há problemas de coordenação, de logística, ou outras dificuldades, nós podemos solucionar essas questões."
"Nós apoiamos o que a Cruz Vermelha está fazendo em Gaza, queremos ajudá-los a fazer seu trabalho, nós vemos como nosso papel ajudar esses trabalhadores humanitários em Gaza e estamos tentando trabalhar com eles da maneira mais eficaz possível", disse o porta-voz.
A ação militar israelense na Faixa de Gaza teve início em 27 de dezembro e já deixou cerca de 700 palestinos e 11 israelenses mortos.
Como Israel não permite a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza, as informações sobre o número de mortos não podem ser confirmadas.
Segundo o governo de Israel, o objetivo da ação é atingir os militantes do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, e interromper o lançamento de foguetes contra o território israelense.
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