Dilma: avaliação do presidente é de que aposta de seu principal adversário, José Serra, na crise econômica cairá no vazio com recuperação dos indicadores em 2010
No momento em que confirma a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura um vice ideal para a candidata. A opção preferencial do presidente é compor chapa com um nome do PMDB. O mais cotado, neste momento, é o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, mas, segundo assessores de Lula, outros nomes devem surgir adiante porque o interesse pelo cargo aumentará, com o possível crescimento de Dilma nas pesquisas de opinião.
O sonho do presidente, para vice de Dilma, é Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio de Janeiro. Cabral é jovem e aliado leal de Lula desde o início de seu mandato, em janeiro de 2007. Sua administração é bem avaliada no Palácio do Planalto, mas, sempre que cortejado para compor com Dilma em 2010, o governador diz que prefere buscar a reeleição. A avaliação corrente no Palácio do Planalto é que, até o fim do ano, isso pode mudar. No último Datafolha, de 25 de março, Cabral estava em nono lugar no quesito aprovação popular, perdendo apenas para a governadora Yeda Crusius (PSDB), do Rio Grande do Sul.
"Quando a ministra Dilma avançar nas pesquisas, o quadro para o Sérgio Cabral vai se alterar", diz um ministro próximo do presidente Lula que considera "imbatível" uma chapa Dilma-Cabral. Na última pesquisa CNT-Sensus, divulgada no fim de março, a ministra apareceu em segundo lugar, com 16,3% das intenções de voto, bem atrás dos 45,7% obtidos pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
O presidente está convencido, no entanto, de que a ministra Dilma crescerá e ganhará a disputa de 2010. Lula acredita que, se não houver outro candidato da base governista no pleito, Dilma pode vencer no primeiro turno. O otimismo se deve, em primeiro lugar, à fé do presidente na sua capacidade de transferir votos para o candidato de sua predileção. Há outras razões.
Amparado em informações e análises feitas pelas equipes do Ministério da Fazenda e do Banco Central, Lula aposta que a economia brasileira vai se recuperar ao longo deste ano e chegar ao segundo e ao terceiro trimestres de 2010, no momento crucial da campanha presidencial, em plena aceleração. O presidente acha também que, agora, a ministra Dilma está se comportando como candidata, o que, na sua avaliação, favorece a exposição e o aumento da popularidade. "Falta-lhe, ainda, cacoete de político, mas ela já está mais à vontade no figurino de candidato", comentou um ministro.
O presidente acredita que o nome mais forte da oposição neste momento - o governador José Serra - ficará sem discurso para enfrentar o candidato da situação. Serra tem procurado se diferenciar do governo Lula fazendo críticas fortes à política econômica do governo, especialmente, à ação do Banco Central. Com a esperada recuperação da economia, o presidente acha que esse discurso cairá no vazio. Lula não acredita que críticas às políticas sociais e à gestão de seu governo sejam capazes de fomentar um discurso vitorioso para a oposição.
Quando analisa em conversas reservadas os possíveis candidatos a vice de Dilma, o presidente fala de sua preferências. Além de Cabral, ele menciona o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), jovem como o governador fluminense e bem avaliado nas pesquisas. Lula tem grande afeição por Campos, que considera um administrador competente e um dos políticos mais talentosos de sua geração. O problema de Campos é que ele não é do PMDB, partido considerado fundamental pelo presidente para a governabilidade.
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/4/16/sergio-cabral-e-o-preferido-por-lula-para-vice-de-dilma
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